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Entrevista a Edgar Nogueira – membro da organização da 10ª edição da RoTTa do Queijo e do Vinho nas Degracias

Este fim de semana, todos os caminhos vão dar às Degracias! Isto porque vai acontecer a 10ª edição da RoTTa do Queijo e do Vinho. Para celebrar esta ocasião, convidámos Edgar Nogueira, um dos fundadores e atual membro da direção do evento, para nos contar um pouco mais sobre este passeio de TT que vai contar com a atuação da famosa dupla Quim Roscas e Zeca Estacionâncio e também do grupo de baile Só Ritmo.

RPS – Em primeiro lugar, queremos agradecer a sua presença e agradecer o investimento que fez aqui na Rádio Popular de Soure ao querer divulgar o evento connosco e queremos perguntar, como é que surgiu esta ideia da RoTTa do Queijo e do Vinho?

Edgar Nogueira – Foi um grupo de amigos que há 12 anos se juntaram, quase todos já tinham jipe e começou por sermos nós, sozinhos, a fazer uma voltinha pequena, depois foram-se juntando mais pessoas, foi crescendo, amigos foram trazendo amigos e tornou-se um evento. Mais que um passeio TT tornou-se um passeio turístico e hoje está do tamanho que está e é um dos maiores, se calhar do país, e um dos principais da zona centro.

 

RPS – Sempre foi o mesmo percurso ou foi mudando ao longo do tempo?

Edgar Nogueira – Todos os anos o percurso é diferente, a zona base é a Serra de Sicó, a zona serrana do concelho de Soure. A volta é diferentee todos os anos, claro que passamos em sítios repetidos, mas o objetivo é passar por pontos turísticos, pontos com visibilidade para a paisagem. Não procuramos tanto as dificuldades, o TT puro e duro, procuramos sim a parte turística do TT.

 

RPS – Vimos que havia uma pista de obstáculos não sabemos se esta existe desde sempre

Edgar Nogueira – Sempre houve pista de obstáculos porque, como o nosso passeio é mais virado para a parte turística, também vêm outras pessoas que têm os seus jipes mais preparados e que gostam de fazer umas brincadeiras, então sempre tivemos uma pista, que já foi em vários sítios diferentes. Depois de almoço, à tarde, para essas pessoas têm os jipes mais preparados para esse tipo de obstáculos fazerem também um bocadinho do seu desporto num recinto fechado para que se minimize qualquer problema. É a parte onde vai mais público ver, porque durante o passeio ou durante a visita turística a quem participa são os inscritos enquanto a parte da pista é onde toda a gente pode ver. Para terem uma ideia, o ano passado na pista a assistir, estiveram por volta de 1500 pessoas.

 

RPS – Era uma das perguntas que nós íamos fazer, se tinham ideia do número de pessoas ou da afluência que costumam ter, e se é por isso que o evento está dividido em 2 dias

Edgar Nogueira – Nós quando começámos o passeio era só domingo e fazíamos o que fazemos hoje no sábado. Era uma rota turística onde fazíamos uma visita a uma queijaria, uma visita a uma adega com direito a uma prova de vinhos. Isso é possível com 70, 100, 150 pessoas, mas não é possível com 400, 500 pessoas que tivemos ano passado. Quisemos conciliar as duas coisas porque não queríamos perder a raiz que criou o evento. No sábado vamos a vários pontos turísticos, vamos a uma adega fazer uma prova de vinhos, vamos a uma queijaria, vamos fazer isso tudo. No domingo, para não se perder isso, arranjámos um sítio a meio da manhã, onde as queijarias podem mostrar os seus queijos, onde os enchidos são mostrados e onde se fazem essas provas. Era completamente impossível crescer e continuar com a mesma ideia inicial.

 

RPS – Se falarmos de faixa etária, sabe mais ou menos se os jovens estão interessados em ir?  Qual é mais ou menos a faixa etária das pessoas que participam?

Edgar Nogueira – Eu podia dizer dos 8 aos 80, mas é mais porque temos inscrições de recém-nascidos quase. Temos pais que vêm com os filhos pequeninos porque é um passeio turístico, qualquer carro 4 × 4 de origem 100% de origem consegue fazer o passeio todo. Durante o passeio temos alternativas com mais dificuldade, mas só lá vai quem quer. O nosso público, 70, 80 por cento são famílias. Temos inscrições para os 2 dias, de todo o país e que e que vêm casais com crianças e depois temos pessoas com 70, 80 anos, avós, que vêm passear e que vêm passar um fim de semana diferente e conhecer a Serra de Sicó.

 

RPS – É sempre a Associação das Degracias a organizar?

Edgar Nogueira – Sim, mas não é desde o início. Começou por ser um grupo de amigos, depois a comissão de festas até que passou para a Associação das Degracias que era quem tinha mais condições. Quem organiza continua a ser praticamente as mesmas pessoas de sempre, sendo que todos os anos temos mais pessoas a ajudar, porque é um evento com muita gente e é preciso muita gente a ajudar. Temos 40, 50 pessoas a trabalhar no evento e todos os anos tem vindo a crescer.

 

RPS – Relativamente às pessoas de fora que vêm, sentem que vêm mais pessoas de fora participar ou há muita gente aqui do concelho a participar?

Edgar Nogueira – Há muita gente do concelho e muita gente dos concelhos encostados. Mais para o passeio de domingo. As pessoas que vêm o fim de semana completo são de fora mas também temos algumas pessoas daqui. Vêm de toda a parte do país, temos pessoas de Braga, Porto, Lisboa, Setúbal, Alentejo, todo o país.

 

RPS – Como é que depois fazem essa gestão de dormidas? Têm algum sítio específico para eles dormirem?

Edgar Nogueira – Não temos um sítio específico, nós entrámos em contato com todos ou quase todos os sítios possíveis de dormida num raio de 10, 15 km das Degracias, turismos rurais, albergues, e fizemos parcerias com todos. A dormida não está incluída, mas as pessoas inscrevem-se, entram em contato connosco, nós fazemos as marcações para dormir e temos descontos, as pessoas em vez de pagarem o preço normal, pagam um preço mais reduzido porque é só para dormir a noite. O resto é tudo lá nas Degracias, pequeno-almoço jantar e tudo. Posso-lhes dizer que a 3 semanas para o passeio já estava tudo praticamente completo. Não temos praticamente onde pôr alguém a dormir num raio de 10, 15 km. Se houver mais inscrições, terá de ser um bocadinho mais longe.

 

RPS – Quando fazem inscrição, a comida está toda incluída?

Edgar Nogueira – Está tudo incluído sim, as pessoas chegam no sábado à tarde normalmente por volta das 15:00. À tarde temos as provas de vinho, vamos a uma adega, vamos a uma queijaria, temos vários pontos. Depois à noite temos a famosa tibornada de bacalhau, um dos pratos típicos das Degracias e que fazemos todos os anos, as pessoas adoram. Depois no dia todo de domingo, está tudo incluído, um pequeno-almoço, reforços, almoços, tudo.

 

RPS – Também temos uma pergunta sobre as parcerias, se foi fácil arranjar parcerias, se foi fácil encontrar alguém para vos apoiar neste evento

Edgar Nogueira – Sim, as parcerias normalmente são as mesmas todos os anos sendo que neste ano temos uma grande parceria, que é uma empresa de peças para automóvel que nos ofereceu a maior parte das t-shirts e estampagens. Foi uma muito grande ajuda e é mais um brinde dentro dos que se dão aos participantes. Depois claro temos a parceria com as queijarias da zona, os mercados da zona, todas as empresas da zona normalmente, desde o início, que nos apoiam e que acho que eles também não querem deixar de nos apoiar, pelo menos é isso que sentimos.

 

RPS – Falou em brindes não sei se se pode adiantar mais brindes que vão oferecer

Edgar Nogueira – Sim, oferecemos todos os anos sempre um queijo e uma garrafa de vinho. Temos sempre um boné que é, desde a primeira edição o boné, sempre igual. Oferecemos uma t-shirt e muito mais coisas.

 

RPS – Quanto tempo é que demora a preparação do evento? Quando é que começam a prepará-lo?

Edgar Nogueira – O evento começa a ser preparado de um ano para o outro, porque nós já temos coisas marcadas para o ano que vem. Nós por exemplo este ano tivemos alguma dificuldade em arranjar uma empresa para nos fazer a parte fotográfica e de vídeo do evento e já marcámos para o ano. A preparação mesmo a sério é iniciada um mês e meio, dois meses antes. Já começámos em fevereiro

 

RPS – Já deu para perceber que é um evento que está sempre na vossa agenda e ao qual dedicam bastante tempo

Edgar Nogueira – Neste momento é o principal evento de toda a zona serrana, é um dos principais passeios da zona centro do país. É sempre primeiro fim de semana de abril sempre, exceto se calhar a Páscoa nesse fim de semana. Há pessoas que se inscrevem de uns anos para os outros, temos pessoas que vieram desde a primeira edição e este ano contamos com uns milhares de pessoas.

 

RPS – Por ser a décima edição, vai haver algo de especial?

Edgar Nogueira – Há sim, por ser a décima edição temos várias coisas especiais preparadas, não só para os participantes, mas também para quem vai ver os jipes, quem vai ver os espetáculos. Temos várias surpresas para oferecer a quem nos visitar no fim de semana.

 

RPS – Já que falou nos espetáculos também queremos perguntar se é a primeira vez que vai haver espetáculos

Edgar Nogueira – Não, houve antes da pandemia. Fizemos mais ou menos nos mesmos módulos só que tínhamos lá as tasquinhas e tivemos a Rosinha a atuar e correu muito bem. Contabilizámos mais ou menos 2500 pessoas que visitaram as Degracias nesse fim de semana. Depois, com a pandemia, deixou de haver, tivemos 2 anos sem fazer passeios. O ano passado como foi o recomeço, não tivemos nenhum espetáculo, mas como a aderência foi muito, muito boa, superou todas as expectativas e superou todos os anos anteriores, este ano decidimos seguir com o trajeto que tínhamos delineado desde o início que era fazer os 2 dias e fazer os espetáculos, e até ver, a afluência está a ser incrível.

 

RPS – Ainda por cima com 2 nomes grandes como o Quim Roscas e o Zeca Estacionâncio, não sei se quer comentar o porquê da escolha destes dois artistas

Edgar Nogueira – A razão é que para já eles estão ligados ao TT.  Eles têm jipes, um deles tem uma empresa de equipamento e de preparação de jipes para TT e depois porque são dois nomes que neste momento na televisão estão em alta e quisemos ter o prazer de os ter, tanto no nosso passeio, que vão participar no domingo, como na noite, na atuação. Por ser a 10ª edição, era nosso objetivo juntá-los a este evento e está tudo preparado para eles passarem cá os dois dias.

 

RPS – E quanto é que se paga para assistir ao espetáculo para quem vem de fora?

Edgar Nogueira – Só o espetáculo é 10 euros, temos um grupo de baile também a atuar nessa noite, os Só Ritmo e os bilhetes vão estar à venda durante a tarde e o início do espetáculo. É só dirigir-se ao recinto, na entrada vamos ter várias bilheteiras e é só levantar o bilhete ou comprar na hora.

 

RPS – É possível participar sem ter um veículo? Já que pode haver pessoas com interesse em participar, mas que não têm possibilidade de ter veículo

Edgar Nogueira – No passeio em si é difícil, há muita gente que participa sem veículo, mas vai com amigos. Fazem a inscrição normal, mas antes de a fazer, já têm o amigo com que vão. Se houver algum caso, não conheço nenhum, mas pode haver algum, que nos peçam, nós também a tentamos incluir num veículo qualquer, quanto mais não seja da organização. É difícil porque nos passeios normais de TT, a maior parte dos veículos vem com uma ou duas pessoas que é o condutor ou um amigo que venha. Mas a maior parte é só condutor porque vem para as dificuldades e para os percursos de TT mais duro. O nosso passeio não é assim, o nosso passeio quase todos os carros vêm cheios, porque vêm homem, mulher, crianças filhos, amigos, é raro carro que vem com uma ou duas pessoas. Então é difícil alguém nos pedir para a incluir nalgum dos carros porque quase todos vêm cheios, mas sim, se alguém o fizesse, de certeza que não íamos deixar a pé obviamente.

 

RPS – Tem noção, mais ou menos, quantos veículos é que podem ter a participar?

Edgar Nogueira – Não tenho noção, o ano passado fizemos 140 números para os veículos, cada veículo leva um número, e não chegaram. Este ano contamos com cerca de 150 mais ou menos, fora os da organização. Estamos a falar de 500 pessoas só para o passeio de domingo.

 

RPS – Já ficámos a saber bastante mais sobre o evento. Aqui da parte da Rádio Popular de Soure podemos dizer que temos recebido bastantes participações no nosso jogo das manhãs onde estamos a oferecer os bilhetes para os espetáculos da noite de Sábado, por isso claramente as pessoas estão muito interessadas no evento, e quem sabe se não há alguém que goste e que começa a interessar-se pelo TT

Edgar Nogueira – Temos visto que com o espetáculo e com o cartaz com dois nomes fortes, está a ter interesse de outro tipo de pessoas que estão a querer aderir e vamos ver se corre bem. Achamos que tem tudo para correr bem, deste lado nós podemos dizer que está a correr bem. A nossa vertente sempre foi os jipes e todos e como é o nosso gosto, foi crescendo sempre. A associação tem outras atividades, mas esta destaca-se completamente de todas as outras, pelo tamanho, pelo que deixa na zona serrana e pela afluência que traz para amostra dos nossos produtos. As pessoas vêm e não vêm só fazer um passeio TT, vêm conhecer os nossos produtos e depois acabam por voltar cá mais tarde.

 

RPS – Como é que acha que as pessoas de fora, as pessoas de mais longe por exemplo, ficaram a conhecer este passeio?

Edgar Nogueira – A nossa publicidade sempre foi boca a boca. A maioria dos nossos participantes vem um ano e depois não faltam mais. Voltam sempre todos os anos e trazem amigos e é sempre assim que tem acontecido. Ano após ano, mesmo com a pandemia, nunca tivemos uma edição que tivesse menos participantes que a anterior.

 

RPS – Já teve por exemplo alguma televisão ou algum meio de comunicação, para além de nós aqui na Rádio a ter interesse em ir filmar o evento? De forma a chamar ainda mais pessoas e tornar o evento ainda maior

Edgar Nogueira – Nunca tivemos, mas se calhar também nunca fizemos essa abertura e podíamos ter feito, mas também nunca vi noutros passeios por isso não sei. Este ano apostámos muito nas rádios e quisemos que as rádios participassem e fizessem essa divulgação e vamos ver como é que corre. Para o ano, quem sabe se damos outro passo ainda maior. Temos sido sempre assim, um passinho de cada vez.

 

RPS – As condições meteorológicas podem alterar de alguma forma o percurso ou até o tornam mais interessante?

Edgar Nogueira – Para os participantes do TT, se estiver chuva ou se estiver molhado, torna-se mais interessante, tem mais dificuldade claro. Para o nosso tipo de passeio, se estivermos a passear no alto da Serra e ver o mar da Figueira é diferente. E é isso mais que procuramos no nosso trajeto, as paisagens, fotos em família e claro, se estiver um dia lindo, toda a gente pode sair do jipe, tirar fotos e torna-se um passeio muito mais agradável.

 

RPS – Vamos esperar então que o “abril águas mil” não seja logo no primeiro fim de semana de abril. Da nossa parte, estamos muito contentes com o feedback que as pessoas nos vão dando e com o interesse que as pessoas têm tido para participar aqui no nosso programa e pelo menos nós os dois estaremos lá.

Edgar Nogueira -Era isso que eu vos queria dizer, convidar todas as pessoas a conhecerem as Degracias e a irem lá no fim de semana e a vocês que estejam lá presentes.

 

RPS – Nós já ficámos aqui com o bichinho do evento todo e queremos fazer parte, ir visitar-vos e apoiar-vos neste grande evento que é a RoTTa do Queijo e do Vinho. Muito obrigado, aqui pela entrevista e obrigado pela disponibilidade!

Edgar Nogueira – Obrigado, nós!