O CONCELHO DE SOURE

Soure

A Freguesia de Soure, a maior do Concelho, ocupa uma área de 92,3 Km2 e alberga um terço da população total, 8.459 habitantes.

Não se pode dissociar a história desta freguesia da de todo o Concelho. A confluência de dois rios cria condições naturais excelentes para a fixação das populações; assim, chegaram até nós testemunhos de aglomerados populacionais, um dos quais conhecido (o Crasto), remontando à Idade do Ferro. Do período de ocupação romana, temos algumas peças que se expõem no Museu Municipal: um monumento funerário do século I depois de Cristo, um sarcófago e um marco miliário.

Igreja Matriz

Museu Municipal

Ponte em Soure

Uma das muitas noras

A fundação do Concelho é anterior à nacionalidade: D. Henrique e D. Teresa, pais de D. Afonso Henriques, outorgaram foral à população de Soure, em Junho de 1111. O Castelo, que defendia, pelo Sul, a cidade de Coimbra, datará da segunda metade do século anterior (cerca de 1064).

A importância geo-estratégica e económica de Soure, fizeram do Concelho uma importante comenda da Ordem de Cristo. Até nós chegaram alguns importantes vestígios dessa época áurea, de que são exemplo o já referido Castelo, as ruínas da Igreja de Nossa Senhora de Finisterra, a Igreja de São Tiago e a Capela de São Mateus.

Vista Aérea

Represa

Biblioteca Municipal

Tribunal

Lugares

Vila de Soure, Alencarce de Baixo, Alencarce de Cima, Areias do Pinheiro, Areias dos Simões, Assamassa, Barrosos, Bonitos, Borda do Rio, Camparca, Carrascal dos Novos, Carvalhal dos Simões, Carvalheira de Baixo, Carvalheira de Cima, CasaVelha, Casais da Misericórdia, Casal da Charneca, Casal da Venda, Casal das Amoreiras, Casal das Brancas, Casal do Barril, Casal do Brás, Casal do Justo, Casal do Mareco, Casal do Rei, Casal dos Feijões, Casal dos Ferreiros, Casal dos Pedros, Casal Manuel José, Casal Novo, Casalinhos, Cascão, Casconho, Cavada, Cavaleira, Cavaleiros, Covão, Delgados, Espírito Santo, Estação, Fatacos, Feteira, Figueirinha, Fonte da Relva, Fuzeiros, Gabriéis Gonçalinha, Guerres, Grisoma, Junqueira, Leonel, Lourenços, Lousões, Marco do Sul, Marzagão, Matas, Mato Barco, Meãs, Melriçal, Mogadouro, Moinhos de Paleão, Mira Flores, Novos, Oureça, Paleão, Prazo dos Estudantes, Podengos, Ponta da Machada, Portela, Porto Coelheiro, Pouca Pena, Presa, Relves, Quinta da Calçada, Quinta da Capa Rota, Quinta do Cordeiro, Quinta da Cruz, Quinta de Baixo, Quinta do Ribeiro, Quinta dos Netos, Quinta S. Bento, Rolhão, Saibreira, S. José do Pinheiro, S. Mateus, Simões, Sobral de Baixo, Sobral de Cima, Sr. das Almas, Torre do Sobral, Vale da Borra, Vale de Oliveira, Vale Ouro, Venda do Sobral, Venda Nova.

Património

Paços do Concelho

De estilo Neomanuelino, o edifício foi construído entre 1902 e 1906, projectado pelo arquitecto Silva Pinto que se fixou na região de Coimbra no início do século XX, tendo o trabalho de cantaria (em pedra calcária) sido realizado por João Machado, artista Coimbrão que havia trabalhado na decoração pétra do Palace Hotel do Buçaco.
É precisamente o trabalho de decoração da pedra (onde predominam os cordeamentos e os vegetais) do edifício dos Paços do Concelho de Soure, que imprime o carácter Neomanuelino do edifício.
A fachada apresenta três corpos, sendo que o central se desenvolve em dois pisos; a zona nobre deste surge destacada do restante, quer em profundidade quer em vigor decorativo. A porta principal, dupla, surge envolta num arco: por cima do encontro das duas portas, uma esfera armilar. No piso superior, sobre a porta principal, uma janela dupla, com varandim rendilhado, é encimada por um conjunto de símbolos: o brasão da vila de Soure, ladeado pela Cruz de Cristo e a esfera armilar (referências ao facto de a Vila ter pertencido à Ordem de Cristo); a Coroa Real remata o conjunto.
O edifício destaca-se pelo ritmo das aberturas, que lhe dão leveza e sobriedade.

Igreja da Misericórdia

Data do século XVII, mas sofreu várias reformas no século seguinte. Desta igreja destaca-se a frontaria da porta rectangular, com duas colunas dóricas e, no seu interior, é de salientar o tecto pintado em perspectiva ilusória ou “trompe de l´oeil”.

Castelo

O Castelo de Soure, juntamente com os de Santa Olaia, Montemor-o-Velho, Penela, Miranda do Corvo, Lousã e Germanelo, integrava a linha defensiva da cidade de Coimbra, definitivamente reconquistada em 1064. A este facto deve a extraordinária situação estratégica do Castelo de Soure, situado junto à confluência dois rios Anços e Arunca, que acentua o seu carácter militar.
Doado por D. Teresa aos Templários (a 19 de Março de 1128, a doação confirmada depois por D. Afonso Henriques), do castelo só nos chegou a Alcáçova (zona residencial), na qual podemos observar a Torre de Menagem, onde se encontra aproveitado um ajimez (janela dupla com arco ultrapassado “dividida” por um pequeno colunelo) que os últimos estudos têm apontado como sendo obra dos finais do séc. X ou inícios do séc. XI.

Santamaria de Finisterra

Encontra-se no adro do Castelo, tendo sido a primeira igreja Matriz de Soure. Soube-se da sua existência através de escavações arqueológicas realizadas em 1985-86. Nas escavações arqueológicas aí realizadas foi encontrado um marco miliário (em calcário), da época Romana com inscrição referente a um Imperador de 198 a 217 da nossa era, e que se encontra, agora, em exposição no Museu Municipal de Soure.
O que hoje se vê, fruto das escavações e posterior implantação do traçado da igreja no terreno, corresponde já à remodelação que a igreja sofreu no século XV, no entanto a construção original é do séc. XII.

Igreja de São Tiago

Igreja Matriz de Soure cujo orago é São Tiago. Foi mandada edificar por D. Manuel, ainda enquanto Duque de Beja e Administrador da Ordem de Cristo, tendo sido terminada a sua construção em 1490.
No interior do edifício, encontra-se cravada na parede do lado direito uma lápide da fundação com a esfera armilar e um texto, onde D. Manuel afirma que mandou erigir a igreja por sua devoção e sem a isso ser obrigado. Esta lápide é um testemunho do espírito mecenático que presidiu à sua construção.
A capela do sacramento, localizada no lado direito ao altar, datada do século XVI, é abobadada e revestida de azulejos azuis e brancos do fabrico de Coimbra. Possui um retábulo em pedra de Ançã, Renascentista, da oficina de João de Ruão, considerada a obra-prima do Renascimento no concelho de Soure.
Nesta igreja, podemos ainda observar, pinturas Maneiristas, mandadas executar pela Ordem de Cristo entre 1560-1570 ao pintor de Cernache, Belchior da Fonseca. As tábuas representam os seguintes temas e personagens bíblicos: Adoração dos Pastores, Descida da Cruz, Pentecostes, São João Envangelista, São Mateus, São Marcos e São Lucas. Estas tábuas são, também importantes por constituírem o mais antigo conjunto de pintura de cavalete existente no concelho.
São ainda de salientar a bela escultura de Nossa Senhora de Finisterra mandada fazer em 1508, obra do gótico final; e a escultura de São Tiago, em pedra (cerca de 1490)

Capela de São Mateus

Fundada em 1189 pelo Ermita Rício (em local por ele desbravado), sofreu profundas remodelações no início do século XVI. Deste período, resta apenas a sua decoração tipicamente Manuelina: o seu belo portal, o óculo, a esfera armilar, o brasão da Ordem de Cristo e a lápide comemorativa do falecimento do seu fundador.

Capela de São Pedro da Várzea

Da construção original (segunda metade do séc. XII), resta apenas o arco do cruzeiro com os seus belos capitéis, decorados com temas vegetais. Actualmente, é propriedade particular.

 

Capela da Quinta de São Tomé

Tal como a anterior, é hoje propriedade particular e da sua construção inicial (finais do séc. XII) chegou-nos o arco cruzeiro.

 

Capela da Quinta de Baixo

Também propriedade particular, possuiu um belo portal Manuelino (início do séc. XVI) e guarda ainda uma Nossa Senhora com o Menino, que terá saído das oficinas de João de Ruão.

FEIRAS, ROMARIAS E FESTIVAIS

Festa de Nossa Senhora de Fátima (Casconho) – 15 de Agosto
Festa de S. João (Paleão) – 24 de Junho
Festa de S. Jorge (Casal do Barril) – Maio
Festa de Santo André (Casal Novo) – Agosto
Festa de Nossa Senhora das Neves (Casa Velha) – Agosto
Festa de São Miguel (Sobral) – 1.º fim-de-semana de Agosto
Festa de São José (Pinheiro) – 31 de Julho
Festa dos Santos Populares (Casal das Brancas) – Junho
Festa de S. Pedro (Mogadouro) – Junho
Festa de São Bento (Quinta de S. Bento) – Fim-de-semana depois da Páscoa
Festa de Nossa Senhora da Assunção (Lousões) – 15 de Agosto
Festa do Divino Espírito Santo (Espírito Santo) – 7 semanas depois da Páscoa
Festa de Santo António (Fonte da Relva) – Junho
Festa de Santo Tirso (Alencarce de Cima) – Julho ou Agosto
Festa de Nossa Senhora do Bonsucesso (Casalinhos) – 8 de Setembro
Festa de São Lourenço (Simões) – 15 de Agosto
Festa da Rainha Santa (Soure) – de 2 em 2 anos, em Junho
Festa de São Tiago (Soure) – 25 de Julho
Festa de São Mateus (Soure) – 21 de Setembro
Feira do Primeiro (Casalinhos) – 1.º dia do mês
Feira dos Quinze (Casalinhos) – dia 15 de cada mês
Feira Semanal (Soure) – Todas as segundas feiras
Festival de Gastronomia (Soure) – Junho
Feira Anual de São Mateus (Soure) – fim-de-semana que está mais próximo do dia 21 de Setembro
Semana do Livro e da Cultura (Soure) – Maio
Festival de Folclore da Pouca Pena – Julho
Festival de Folclore do Melriçal – Julho
Festival de Folclore de Paleão – Agosto
Festival de Folclore do Sobral
Encontro de Bandas do Concelho de Soure – Outubro