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ENTREVISTA SOBRE A EXPOFAGO COM GONÇALO RAMOS – PRESIDENTE DA JUNTA DE FREGUESIA DA UNIÃO DE FREGUESIAS DE GUIA, ILHA E MATA MOURISCA

De dia 7 de Junho a 11 de Junho, todos os caminhos vão dar à Guia! Isto porque vai decorrer a 33ª edição da ExpoFago – Feira de Atividades Económicas da Guia. Para celebrar esta ocasião e ficarmos a conhecer mais sobre este evento, convidámos Gonçalo Ramos, Presidente da Junta de Freguesia de União de Freguesias de Guia, Ilha e Mata Mourisca. Com muita animação garantida ao longo dos dias do evento, pode ainda contar com atuações de artistas como Ruizinho de Penacova, Emanuel Moura, David Antunes e Nel Monteiro. Não vai querer perder certamente!

RPS: Antes de mais, queremos agradecer a sua presença e por ter investido aqui com a Rádio Popular de Soure e queremos então agradecer estar aqui hoje presente para podermos falar um pouco mais sobre a ExpoFago. Está tudo bem consigo?

Gonçalo Ramos ( ExpoFago ):  Está tudo muito bem sim, antes de mais, bom dia também a todos os ouvintes da Rádio, a todas as pessoas que vão acompanhando o bom trabalho que vão todos fazendo aqui, em sede deste meio de comunicação e dizer que é com muito gosto que estou aqui hoje!

RPS: Muito obrigado nós! Antes de começarmos a falar sobre esta edição, gostávamos de falar um pouco sobre como é que correu a edição do ano passado e se a paragem da pandemia veio afetar de alguma forma a ExpoFago?

Gonçalo Ramos ( ExpoFago ): A paragem da pandemia afetou toda a gente, todo o mundo, à cabeça com a cultura a ser uma das áreas mais afetadas, portanto durante o processo pandémico, no fundo fomos como todos os outros foram, ou seja, estivemos em stand by, com os nossos eventos em banho-maria e é evidente que a retoma, essa sim, foi monumental, tenho ideia que não foi só connosco, mas eu estou aqui para falar de nós e portanto, nós na ExpoFago de 2022, como também na edição das Tasquinhas da Ilha de 2022, tivemos 2 eventos ao nível do melhor que as nossas terras conheceram.

RPS: Superou então as expectativas?

Gonçalo Ramos ( ExpoFago ):  Superou as expectativas sim, o que não era fácil!

RPS: Nós também ficámos com essa ideia, até pelo voxpop, pelo vídeo que foi gravado no ano passado com a opinião das várias pessoas que estiveram presentes e queríamos saber qual é que é o segredo para o sucesso da ExpoFago?

Gonçalo Ramos ( ExpoFago ):  É muito trabalho à cabeça, empenho na organização, sinergia, e quando falo em sinergia falo numa organização que conta em praticamente todas as suas estratégias e dinâmicas, com a participação das nossas Associações, desde o primeiro momento, desde a primeira reunião, lembro-me perfeitamente que a edição do ano passado surge porque há um acordo entre a Junta de Freguesia e as nossas Associações, ou seja, tivemos Associações da Guia a dizerem: “Sim senhor, vamos avançar, estamos dentro”, porque estes são eventos que não fazem sentido existir, se não forem devidamente acompanhados com a participação associativa. E foi com esse feedback positivo que avançámos, fizemos no fundo aquilo que fazemos sempre, que é, olharmos para trás, pegarmos nas boas dinâmicas, replicá-las, tentarmos potenciá-las, ir buscar novas ideias e novas estratégias sempre que possível, para darmos também uma nova imagem à ExpoFago. Há estratégias que, entretanto, vão correndo menos bem, porque o evento não foi perfeito, tem sempre alguma margem para melhorarmos e centrámo-nos muito nesses aspetos para tentarmos melhorar de um ano para o outro.

RPS: E que novidades é que se podem esperar para esta edição?

Gonçalo Ramos ( ExpoFago ):  No fundo, pegar naquilo que disse até agora, para dizer que uma das novidades é claramente o facto de termos mais 1 dia de certame, em função do dia 10 de junho, que é o dia de referência da ExpoFago, calhar a um sábado, e na semana antes termos o feriado de quinta-feira, portanto vamos começar na véspera da quinta-feira, também no fundo, resultado das reuniões que tivemos com o nosso tecido associativo, que reivindicou também isso, porque não nos podemos esquecer que estes eventos, são eventos que financeiramente são extremamente robustos, e esta é uma gestão que tem que ser feita com muito critério, com muito rigor, sob pena de depois estarmos a hipotecar o orçamento que a Junta de Freguesia tem para a sua atividade normal, e como sabe, já é difícil gerir a parte financeira, tem que ser toda muito bem gerida e portanto tomámos essa decisão de fazermos mais um dia, essa é uma das novidades. Como bem sabemos, a ExpoFago vem nos habituando a termos dinâmicas próprias em cada um dos dias do certame, no dia 7 vamos ter a abertura, no dia 8 temos a Fago Talentos, porque outra das novidades que quisemos implementar este ano, que vinha de certa forma, não digo decaindo, mas pelo menos vinha com algumas dificuldades nos últimos anos em crescer, foi darmos algumas dinâmicas novas para que pudéssemos ter animação durante todo o dia. O que temos feito nos últimos anos é atribuir alguns dias temáticos, explorá-los com dinâmicas durante as tardes, portanto a Fago Talentos visa a gerar e criar, com a ajuda da Academia Big School, uma dinâmica durante toda a tarde do dia 8, para termos atividades com jovens e crianças na área da música, com depois um espetáculo dessa mesma empresa, subsequente a essa dinâmica e com a participação de alguns alunos da nossa região e de alguns jovens talentos da nossa terra, que é também um dos objetivos. Depois temos a Fago Educação na sexta-feira, dia 9, onde juntamos todas as crianças do nosso agrupamento e criamos um dia dedicado às nossas crianças, onde nessa manhã, para que tenham noção, temos nove entidades a dinamizar nove estações onde as cerca de 550 crianças e jovens do nosso agrupamento vão estar divididos numa manhã que tem uma animação que nunca mais acaba, e depois temos a Fago Desportiva, no dia 10, onde durante essa tarde também temos dinâmicas direcionadas para a parte do desporto, e temos a Fago Cultura no domingo, onde tradicionalmente também temos algumas dinâmicas direcionadas para os séniores, mas também na valorização da nossa cultura, do nosso património próprio cultural, nomeadamente no folclore, onde os nossos ranchos locais são todos convidados para estarem presentes na nossa festa. Creio que isto no fundo não são novidades, mas digamos que são reforços, e não querendo também passar uma imagem de demasiada confiança exacerbada, no fundo, é a nossa perspetiva, não há muito mais para criar, mas sim manter aquilo que temos feito que é bom e potenciar aquilo que temos feito e o conceito que dinamizámos que tem funcionado muito bem.

RPS: Vão ter concertos com nomes como Emanuel Moura, David Antunes, Ruizinho de Penacova, Nel Monteiro, algum motivo específico para estas escolhas?

Gonçalo Ramos ( ExpoFago ):  Relação custo qualidade, isso entra na nossa gestão apertada financeira, ou seja, na minha opinião, este é um bom cartaz, porque na gestão que fizemos e no planeamento que fizemos, é aquilo que poderíamos oferecer. Podemos ter estes nomes aqui associados que decorrem de negociações feitas connosco, eu costumo dizer que a vida do Presidente de Junta atualmente é a vida de fazer muito de pedinte, não é só com as nossas Câmaras Municipais, é também na gestão dos nossos eventos culturais porque nós de certa forma com dedicação e com dispêndio de algum do nosso tempo para marcarmos reuniões, para sermos pacientes, para irmos pedindo ajuda, vamos conseguindo ter alguns nomes que se calhar inicialmente nos ofereciam um orçamento incomportável e que depois, decorrente de algum trabalho e de alguma dedicação, acabamos por fazer com que sejam exequíveis, e é por isso que ainda assim conseguimos ter nomes destes, que são nomes conhecidos a nível nacional e portanto, num evento com 5 dias, termos estes artistas para nós é extremamente positivo, mas não tenho dúvidas nenhumas que nem todos os anos é possível, este ano conseguimos fruto também da disponibilidade dos artistas para negociarem connosco e para se investirem na nossa festa. Creio que é também um reconhecimento da mais-valia que a nossa festa tem vindo a gerar, não só localmente, mas a nível regional, acho que a ExpoFago é hoje inequivocamente uma das melhores festas da região, não tenho dúvidas nenhumas, e eu creio que os artistas depois que vão conversando entre si também acabam por reconhecer isso.

RPS: Qual é o impacto económico da ExpoFago na região?

Gonçalo Ramos ( ExpoFago ):  É muito grande, a Fago ainda por cima tem esta componente na sua génese, que é uma exposição das atividades económicas da região, não só da Guia nem da Freguesia, mas sobretudo da região, e como deve calcular isso tem impacto não só naquilo que é a festa em si, com as empresas locais a dinamizarem as suas disposições na festa durante aquela semana, tem impacto também em toda a economia que gira à volta da festa e é fácil perceber isto porque quando temos algo que cresce para todos, quando algo mexe, mexe para todos, e eu recordo com um sentimento de bastante satisfação que nas últimas duas edições físicas da Fago, em determinados dias, a Guia estava cheia de carros, a zona mais urbana da Guia, e todos nós sabemos qual é a implicação que isso tem, todo o comércio local trabalha mais um bocadinho, todas as pessoas que gerem negócios têm mais movimento à sua volta, e quando há mais movimento, há mais negócio, há mais dinâmica, há mais investimento, há mais participação, que é o que nós queremos para nossa festa, não só dentro do seu recinto, mas em toda a sua envolvente.

RPS: Era também uma das perguntas que nós tínhamos para lhe fazer, a Guia sofre muitas mudanças durante o evento? E há alguma coisa que ainda poderia melhorar em relação a isso?

Gonçalo Ramos ( ExpoFago ): Nós tentamos sempre que melhore, quando eu falo aqui desse impacto, estamos a falar da questão dos carros e do movimento e isto são impactos que parecem que são todos positivos é verdade, mas também trazem constrangimentos depois porque com certeza que eu ir à Guia e não conseguir ter um sítio para estacionar não é positivo, mas aqui não há o melhor de dois mundos, todos nós sabemos isso. O que nós queremos para a Guia é tentarmos fazer com que o nosso investimento naquela festa, seja prioritariamente para ajudar as nossas Associações, nós queremos que a Fago seja uma festa com participação híbrida, ou seja, com a participação do tecido privado também, porque acreditamos claramente e piamente que um não vive sem o outro, e, portanto, temos conseguido isso, e todos os anos sentimos isso. Quando decidimos há uns anos atrás pegar na Fago, lembro-me perfeitamente de pedir ajuda, as pessoas sabem quem são, para podermos preencher os nossos stands, e é com um sentimento de orgulho que hoje também aqui digo que já estão preenchidos há vários dias e temos praticamente todos os dias pessoas interessadas em vir e já não têm espaço, eu acho que isso também é sinónimo positivo, não só da região, mas também da Guia, ou seja, o que vamos sentindo é que a participação da Guia na sua festa é cada vez maior, não só no voluntariado que vamos fazendo para ajudar as nossas Associações, mas também sobretudo com a participação das nossas empresas, que tem sido cada vez maior e isso é muito positivo. É sinal que a Guia e os guienses, e que a freguesia e os nossos fregueses, estão cada vez mais embutidos nas suas festas, na atividade cultural que nós vamos dinamizando.

RPS: Têm mais ou menos uma estimativa das pessoas que se deslocaram até ao evento ou do número de pessoas que vêm de fora em comparação com o número de pessoas da Guia?

Gonçalo Ramos ( ExpoFago ):  Em termos numéricos não lhe consigo fazer esse cálculo porque também, por ideologia política, e apesar disto ser bastante discutível, que eu compreendo, a Junta de Freguesia não cobra entrada para os participantes das festas organizadas exclusivamente pela Junta. É uma ideologia que temos mantido e embora também saibamos que é compreensível a ideia de que se um dia quisermos crescer, digamos, para podermos ter artistas de outra estirpe, porque eles existem não é, terá que ser com outros argumentos financeiros, e só conseguimos ter outros argumentos financeiros se as pessoas também depois contribuírem financeiramente para poderem participar na sua festa, isso é politicamente discutível. Na minha perspetiva, é uma ação e uma dinâmica que não é só estalar o dedo e ela passa a acontecer, envolve aqui várias coisas, nomeadamente termos um recinto fechado, devidamente vedado, com recursos humanos afetos à venda de bilhetes, pulseiras eventualmente. Não é fácil, se assim já não é fácil, com mais essa contingência associada, menos fácil será. Não estou a dizer que não possa passar por, num futuro, ser uma das estratégias, nós até ver, politicamente, não temos assumido essa essa decisão, o que faz com que naturalmente não consigamos dizer hoje quantas pessoas é que entram na festa. A minha resposta para essa pergunta é “muitas”! Por exemplo, no ano passado, na última edição, há uma das zonas que habitualmente durante os concertos, quando há maior afluência de gente, é utilizada para os mais jovens terem um sítio mais calmo para poderem estar, que é o campo de futebol, no ano passado o campo de futebol estava praticamente cheio de gente, o que significa que as pessoas já não tinham para onde se deslocar para poderem ter zonas, digamos, privativas, ou seja, foi uma festa a sério e com muita dinâmica e que nos orgulha bastante.

RPS: Para além de dar espaço para poder promover o evento e aqui fazer o convite a todas as pessoas de irem visitar a ExpoFago, queríamos também perguntar, qual é a experiência que uma pessoa que vos vai visitar, vai ter?

Gonçalo Ramos ( ExpoFago ): É uma experiência boa, sobretudo porque independentemente da hora que vá visitar a Fago, sabe que tem sempre coisas a acontecer, essa é uma das nossas premissas não só a nível desportivo e aí contamos com a ajuda do Grupo Desportivo Guiense, que tem um papel importantíssimo nesta festa, e aproveito para agradecer toda a envolvência desta Associação, não só desta, de todas, mas de forma particular a esta, pelo torneio de futebol infantil e pelo torneio de futevólei que organiza, já torneios com alguma idade e que habituaram a nesse dia termos muitas crianças e os devidos acompanhantes de fora da nossa zona, que vêm conhecer a nossa zona, o nosso território, a nossa Vila, a nossa festa e as nossas dinâmicas. Durante as tardes para além da exposição que é cada vez mais robusta mas que ainda não está nos patamares que nós achamos que poderá estar no futuro, estamos a trabalhar nesse sentido e portanto essa já é uma boa experiência, de olharmos para todo o tecido económico que envolve ali a nossa zona, acho que é uma boa experiência passarmos por toda essa exposição, depois a experiência da qualidade inacreditável que temos na oferta gastronómica das nossas festas e de facto a nossa região, eu sei que não é só a nossa, mas estou aqui para valorizar a nossa, que é uma região pródiga em oferecer excelentes experiências em termos gastronómicos, numa perspetiva de valorizar os pratos tradicionais. Em termos de animação, não só durante as tardes, mas depois à noite, as experiências são ótimas, com momentos hilariantes com momentos espetaculares e com momentos que eu considero que são inesquecíveis, portanto, só tem a perder quem decidir não ir à ExpoFago este ano!

RPS: Fica aqui também o nosso convite para todos irem visitar a ExpoFago, nesta 33ª edição, que vai decorrer de 7 de junho a 11 de junho, e agradecer mais uma vez a sua presença e ter disponibilidade por ter vindo aqui à Rádio e falar um pouco connosco!

Gonçalo Ramos ( ExpoFago ): Ora essa, foi um gosto, muito obrigado!